domingo, 4 de maio de 2008


Este painel refere-se a minha participação no VI Congresso da Sociedade Brasileira de Terapias Cognitivas- TCC e Neurociências em 2006, na cidade de Gramado-RS. com o texto o TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo, o tema teve início ainda em meu meu estágio realizado na Clínica Escola da Ulbra, onde na época atendia há uma paciente com esta hipótese diagnóstica.

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM CLÍNICA-ESCOLA DE PSICOLOGIA

Neiva Rosa Costa OMIECHUK
Tânia RUDNICKI

O presente trabalho relata o estudo de um caso atendido em Clínica-Escola de Psicologia, Canoas/RS. A paciente veio encaminhada com hipótese diagnóstica de TOC e Transtorno Depressivo, sendo estes confirmados. O atendimento foi realizado tendo como abordagem a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Conforme relatado pela paciente seu objetivo maior era “ser feliz, trabalhar, estudar, namorar e sair”. O plano de tratamento compreendeu 23 encontros. Nas sessões iniciais procurou-se estabelecer o vínculo terapêutico. A partir da consultoria psiquiátrica e sendo confirmados os diagnósticos de TOC e Depressão, houve alteração na medicação, resultando em melhora do quadro depressivo, e o trabalho passou a ser focado no TOC. Deu-se início então a psicoeducação e o estabelecimento das metas terapêuticas. A partir da terceira sessão aplicou-se o Inventário Beck de Ansiedade (BAI), no início e final de cada sessão, constatando-se alto nível de ansiedade na chegada ao atendimento e uma diminuição dos índices ao término da sessão. Foram utilizados como instrumentos, aqueles que propiciaram entendimento da paciente quanto aos Transtornos e a redução dos sintomas, destacando-se a Lista de Sintomas, Lista Yale-Brown de obsessões e compulsões; Lista de Comportamentos Evitativos e, a Escala de Sintomas Obsessivo-Compulsivo de Yale Brown (Y-BOCS). No plano de tratamento além das Escalas já mencionadas, trabalhou-se com Técnica de Relaxamento; Dramatização; Planilha de Automonitoramento; RPD; Treinamento em Habilidades Sociais (THS); Questionamento Socrático e Técnica das duas alternativas. Os objetivos alcançados até a última sessão foram: redução nos níveis de ansiedade, passando a paciente a ocupar-se com alguns serviços domésticos, como: lavar louça com detergentes, limpar o banheiro com desinfetantes, e cozinhar. As verificações de portas e janelas que antes de somavam de 5 a 6 vezes ao dia, diminuíram para apenas uma vez, somente quando estava mais ansiosa voltava a duas, tendo consciência do fato, buscava manejo no autocontrole. Não chorou mais durante as sessões. Consegue chegar da rua e entrar em seu quarto com as mesmas roupas, sem precisar trocá-las. Voltou a freqüentar seu Centro religioso. Está lavando as mãos apenas uma vez após usar os produtos de limpeza; passou a utilizar-se de leituras, tocando nos livros, o que não fazia anteriormente, ‘por causa do pó’. Antes, quando estava só, não se alimentava, consegue fazer sua própria comida. Depois de algum tempo conseguiu tocar em plantas e arrumar algumas mudas, replantando-as. No início do tratamento subia a pé, pois tinha medo de elevador, como resposta ao processo terapêutico passou a utilizá-lo, subindo e descendo sozinha. Como atividade laboral passou a fazer cartões artísticos para vender. Participou ativamente do tratamento realizando as tarefas propostas, buscava seus medicamentos em Centros de Saúde, participava das consultas com o psiquiatra. Da análise das respostas emitidas pela paciente frente aos atendimentos foi possível constatar a eficiência da abordagem e das referidas técnicas.

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